Educação Ambiental e Ordenamento e Territorial
Ana Sérgia dos Reis Oliveira
Débora de Souza Pereira
Eunice Pereira Cirqueira Viana
Elen Cristina de Sousa
Glausciane Aparecida Peixoto
Maria Celina de Oliveira
Robson Cavalheiro Vicente
Viviane Elisabete Maran
A comunidade é um espaço muito importante de organização social. Como espaço de sociabilidade, ela cria laços de confiança e reciprocidade, emitindo às pessoas que a frequentam o sentimento de pertença. Pertencer a uma comunidade é pertencer a um meio ambiente. Nós podemos frequentar várias comunidades distintas nas nossas complexas relações sociais. Não obstante, podemos, por decorrência, nos articular a vários meios ambientes distintos também.
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[... É surpreendente ver como o problema dos espaços levou tanto tempo para aparecer como problema histórico-politico: ou o espaço era remetido à ‘natureza’, à geografia física, ou era concebido como local de residência ou de expansão de um povo (...) o que importava era o substrato ou as fronteiras. Seria preciso fazer uma história dos espaços – que seria ao mesmo tempo uma história de espaços – que seria ao mesmo tempo uma história dos poderes – que estudasse desde as grandes estratégias da geopolítica até as pequenas táticas do habitat...] (Foucault; Michel, 2008, p. 08).
Acredita-se que o ambiente é um espaço fundamental para uma comunidade por alojá-la, então uma comunidade articulada, integrada e cidadã precisa se organizar para garantir um meio ambiente saudável e agradável. As iniciativas de uma associação de moradores, para exigir do governo melhoria nas condições de vida em seu bairro, seja para uma pavimentação asfáltica, para a implantação de um posto de saúde, a urbanização de uma praça ou para a reforma de uma escola, consistem em ações que melhorarão o seu meio ambiente e contribuem para que o exercício da cidadania passe pelas questões pertinentes à educação ambiental.
As políticas públicas de educação ambiental educam a comunidade, porém tais políticas só existirão se a comunidade for organizada o suficiente para demandá-la do governo. Aí a escola pode exercer um papel muito importante, pois ela é espaço para a aquisição de capital cultural e capital social, na medida em que a sua ação está orientada para uma formação cidadã.
Os projetos de educação ambiental nas escolas são ferramentas essenciais para a transformação da educação contemporânea, na formação de estudantes críticos e conscientes da realidade social, econômica, política e cultural de seu bairro, sua cidade, seu Estado, sua região e seu país.
Segundo CHAVES (2006, p. 146), [...] cabe à Educação Ambiental a reflexão e análise das causas e das consequências dos problemas da sociedade, do seu contexto local ao global, em que o enxergamento deve ser o da realidade na sua totalidade: problemas sociais, ambientais, culturais, políticos, econômicos, éticos, entre outros.
São temas que se relacionam com questões emergenciais para a diminuição das desigualdades sociais, mas que precisam ser trabalhados com o cuidado de poder atingir um público que está na fase de apreensão prévia, ou seja, de assimilação da cultura geral produzida pelo ser humano. Para que seu conteúdo e forma científica possam contribuir com uma leitura da realidade, sua metodologia deve lidar com questões relacionadas aos problemas da comunidade local e, com isso, garantir também o seu envolvimento no processo.
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